Postagens

Desabafo sem nexo que diz muito sobre mim*

Essa noite eu chorei, e lembrei da época em que nem precisava de motivos para desatar o pranto, era um festival de lágrimas todas as noites, sem fim. Claro que gostaria de não ter motivos hoje em dia para chorar... mas, veja só, sem querer fazer um drama maior do que já é (não é que eu esteja competindo pelo Oscar de Melhor Ato de Desespero, é que realmente não sei como explicar), cheguei à conclusão óbvia de que o que realmente dói não são as lágrimas, mas sim o que as faz jorrar. Já passei por tantas coisas para agora ter que lidar com o palpite dos outros, e eu pensava que já tinha deixado para trás o peso das opiniões alheias. Eu sei que sou uma boa pessoa, mas também sou complicada para se ter por perto. Sempre me vejo iniciando projetos e sonhos que, no final das contas, ficam pela metade, deixando um gosto de incompletude. É como se eu estivesse constantemente lutando contra o tempo e contra mim mesma para alcançar o que desejo. E, sinceramente, é difícil entender essa batalha i...

carta para mim (mais uma vez)*

É curioso como a vida é tecida com fios de incerteza, onde até mesmo o que parece mais certo hoje pode se tornar uma memória envolta em arrependimento amanhã. No entanto, permanecer estático, cativo do medo do desconhecido, é como assistir ao espetáculo da existência passar diante de nossos olhos, sem nunca realmente nos permitirmos participar. Não desejo que minha história seja apenas uma sucessão de "e se...", palavras que ecoam como suspiros de oportunidades não vividas. Pois não quero que o enredo da minha vida seja definido por escolhas não tomadas e sonhos não realizados. Assim, prefiro me lançar ao mar das possibilidades, guiado pela bússola do coração. Pois é na coragem de seguir em frente, mesmo diante das ondas tumultuadas da incerteza, que encontramos a verdadeira essência da vida - uma jornada repleta de momentos preciosos, onde os "e se..." se dissolvem na beleza do presente. Aline Nazaro

se ame*

Todos nós carregamos um pouco de angústia guardada dentro de nós, um resquício que surge após momentos de felicidade, nos fazendo questionar se existe paz eterna. Não consigo explicar e tampouco tentarei. Tenho passado tanto tempo afastada das palavras, buscando melodias para expressar a grandiosidade do que sinto, mas em uma época em que tudo se torna viral, tenho medo de fracassar. Respire fundo, desligue tudo que te desconecta do mundo em que deseja encontrar-se. Dirija-se à palavra, converse consigo mesma, sinta amor por si mesma, abrace-se como se fossem os braços da pessoa mais importante do mundo, pois esse alguém é você, deveria ser. Falar sozinha em um canto do seu universo é um caos que você pode destruir ou construir. Amar é um negócio no qual podemos fracassar, mas não há como evitar sem correr o risco. Aline Nazaro

Normal ?*

É uma jornada complexa essa em que nos encontramos, repleta de medos e anseios que nos assombram no escuro do desconhecido. É normal buscar companhia nos momentos de solidão, ansiar por um grito libertador que ecoe no silêncio ensurdecedor da alma. Por vezes, sem perceber, deixamos escapar palavras impetuosas que revelam segredos guardados com tanto zelo, ferindo aqueles que mais amamos. Nos encontramos em uma era de excessos verbais, onde falamos sem ouvir e perdemos o ritmo da comunicação genuína. É normal sentir saudades de tempos que já se foram, quando o que antes nos assombrava se torna uma lembrança agridoce. É como se estivéssemos dançando uma coreografia sem ensaio prévio, tropeçando nos passos, pisando nos pés dos parceiros, mas ainda assim rindo e chorando das nossas próprias desventuras. É normal, até mesmo comum, nos sentirmos como um zero à esquerda em meio ao turbilhão da vida. No entanto, o que realmente me intriga é a falta de desejo para mudar, para crescer, para evol...

sonhar é de graça, não poupe-se*

Eu cultivei sonhos, tão diversos, tão estranhos, e por vezes quase me perdi em meio a eles. Houve momentos em que a vergonha me envolveu, quando os sonhos pareciam extravagantes demais, distantes demais da realidade. Mesmo os sonhos que guardamos só para nós mesmos são como pequenos fragmentos de vida, nunca totalmente saciados. Cada um, mesmo aqueles nascidos em plena luz do dia, tem sua própria magia, sua própria importância. São como chamas delicadas em um universo vasto e solitário. Amor é sonho, paixão é sonho. Cada sonho é uma viagem emocional, um refúgio da rotina árida. São como trilhas que traçamos em nossas mentes, aspirações que moldam nossos destinos, desejos que nos impulsionam para além dos limites do possível. Mas também há o medo, sempre presente. O medo de esquecer, de perder para sempre os sonhos que uma vez foram tão vivos. O medo da angústia que os sonhos tristes deixam em seu rastro, como sombras indeléveis em nossa alma. E ainda assim, mesmo diante desse medo, ain...

Jurei não jurar mais *

Prometi estar sempre ao seu lado, em silêncio aceitei o inalcançável. Não consegui confessar em voz alta meu erro, descumprindo um juramento. Como se negar a verdade pudesse alterar a realidade. Assim, me sentei e chorei, jurando não fazer mais promessas. Mas novamente falhei, pois ao amanhecer, percebi que ainda estava viva. Não por vontade, mas por obrigação. Fisicamente intacta, mas espiritualmente destroçada. Decidi que iria superar, mas adormeci mais uma vez, envolta em lágrimas pelas perdas no tempo, pelas mágoas no peito, pelas dores sem explicação. Sei que devo deixar partir o ódio que macula minha alma. É tanto peso que me sinto culpada por estar aqui, sentada, com vontade de chorar. Te encaro com um sorriso forçado nos lábios, o único que permiti que visse. Confesso que tive medo de ser feliz, por isso nunca mostrei meu verdadeiro sorriso. Sentia que não tinha motivos, mas estava equivocada. Estava viva, e há razões mais poderosas para a felicidade? Peço apenas que tenha paci...

escrevi uma história*

Ela vagava sem rumo, perdida em um mar de incertezas, buscando algo que nem mesmo sabia definir. Em seu coração, um vazio latente clamava por preenchimento, por algo ou alguém que pudesse acalmar a tempestade que assolava sua alma. Desprovida de sorrisos genuínos, ela parecia uma sombra, uma ausência no mundo, sem a plenitude que só a felicidade genuína pode proporcionar. Sentada solitária, ela contemplava o espaço ao seu redor, um eco de perguntas sem respostas ecoando em sua mente: por quê? Ela se resignava à sua condição, imobilizada pela falta de direção, pelo desconhecido que a envolvia. A tristeza, como uma névoa densa, a envolvia, obscurecendo qualquer possibilidade de luz. Mas mesmo sem compreender inteiramente o que lhe faltava, ela sentia a ausência, a lacuna que persistia em sua existência. Contam-se histórias de final feliz, de amores eternos e sonhos realizados. No entanto, há também aquelas que se perdem nas entrelinhas, nas margens da tristeza e da solidão. Ela vivia uma...