Jurei não jurar mais *
Prometi estar sempre ao seu lado, em silêncio aceitei o inalcançável. Não consegui confessar em voz alta meu erro, descumprindo um juramento. Como se negar a verdade pudesse alterar a realidade. Assim, me sentei e chorei, jurando não fazer mais promessas. Mas novamente falhei, pois ao amanhecer, percebi que ainda estava viva. Não por vontade, mas por obrigação. Fisicamente intacta, mas espiritualmente destroçada.
Decidi que iria superar, mas adormeci mais uma vez, envolta em lágrimas pelas perdas no tempo, pelas mágoas no peito, pelas dores sem explicação. Sei que devo deixar partir o ódio que macula minha alma. É tanto peso que me sinto culpada por estar aqui, sentada, com vontade de chorar. Te encaro com um sorriso forçado nos lábios, o único que permiti que visse. Confesso que tive medo de ser feliz, por isso nunca mostrei meu verdadeiro sorriso. Sentia que não tinha motivos, mas estava equivocada. Estava viva, e há razões mais poderosas para a felicidade?
Peço apenas que tenha paciência e compreensão. Procura encontrar-me nos olhos, onde minha alma se reflete. Mesmo ferida, talvez consigas enxergar para além do lamento da tristeza. Quem sabe descubras o caminho reservado pela vida aos que têm sabedoria e paciência. Talvez, por um golpe do destino, permitas que a felicidade me invada. Quem sabe? Quem?
Aline Nazaro
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